Conversamos com Wagner Willian

Wagner Willian por Jaqueline Morais

Wagner Willian por Jaqueline Morais

Segunda-feira conversamos com o José Aguiar, e hoje é dia de falar com Wagner Willian. Os dois estarão sábado aqui na itiban pro lançamento de Bulldogma (Wagner) e Coisas de adornar paredes (José).

Veja a conversa com Wagner e com, ahn, Deisy Mantovani:

Como surgiu a ideia pra fazer Bulldogma? Quanto tempo levou entre as primeiras ideias e o livro pronto?

Wagner – Assim que terminei o Lobisomem sem barba (Balão), comecei uma HQ (a primeira). Em vez de começar por algo mais fácil, inventei de fazer uma história em que o fluxo narrativo era atravessado por outros personagens que levavam a linha narrativa embora, sendo atravessados mais à frente por outros personagens e por aí vai. Alguns personagens eram recorrentes nesse caos todo que essa história, com esse tipo de estrutura, começou a se mostrar. Não pensei duas vezes. Fatiei o bicho em três pedaços. Um, virou o Deus é o Jiraiya (que futuramente seria publicado na Nébula). Outro, O Homem Que Era um Javali (por enquanto, só tenho o esqueleto disso). E por fim, cenas com a Deisy [Mantovani, protagonista de Bulldogma]. Ela havia aparecido no Lobisomem… com uma das vozes mais marcantes do livro. Gostei da moça. Como no Lobisomem… havia aquela parte das postagens, dei cara, mãos e braços a essa pessoa que escrevia as postagens.

A terceira parte daquela HQ eram cenas da Deisy em seu quarto, frente ao monitor, redigindo as postagens (três monólogos) e uma cena final bem próxima a do Bulldogma, mas com uma mudança significativa. O que eu fiz foi preencher os espaços. E isso durou uns dois anos. Lembro que em uma das Feiras Planas, o Diego Gerlach me perguntou quantas páginas teria o Bull. Eu disse. E só depois caiu a ficha. “Pô, primeira HQ do cara e tem logo trezentas páginas?!” Sai de lá, pensando se eu tinha algum problema mental. Hoje, tenho certeza.

Bulldogma e Lobisomem sem barba se relacionam de alguma maneira?

Wagner – Fora isso da Deisy ter aparecido no LSB antes chutando bundas, Bulldogma também é nome de um dos capítulos do Lobisomem, o capítulo mais “real” do livro.

Você fez várias entrevistas pra divulgação, em que a personagem Deisy Mantovani conversa com figuras da cena de HQ do Brasil. Quem é a Deisy?

Wagner – Sabe quando você vê uma pessoa e lê estampado”PROBLEMA – Afaste-se”. Essa mulher, ela…

(a entrevista é interrompida pela chegada da Deisy, que puxa uma cadeira, virando o encosto para sua frente e se senta, com as pernas abertas, seu cigarrinho entre os dedos, toda marrenta, junto de Wagner e o entrevistador)

Deisy – Continue (os dois foram pegos de surpresa). Agora eu quero ouvir. Bora. Desembucha, santinho.

Wagner (vira-se para o Lielson) – O que foi que eu te falei? (todos riem) Onde você estava, mulher? (dando um beijo em seu rosto) Todo mundo tava esperando conhecê-la no dia do lançamento… Perdeu a cerveja da Juan Caloto. Puta breja. Não é, Lielson? (virando-se para ele) Me ajuda, pô!

Foi bem massa, Deisy. Perdeu, guria…

Deisy – Ah, meu, eu tinha uns assuntos pendentes que não puderam ser adiados. Não deu. Alivia essa vai, fofinho? (apertando a bochecha de WW) Eu vi as fotos. A Laerte foi, né? Queria tanto ter dado pelo menos um beijo nela…

Viu, não pode fumar aqui, tá? Pode apagar o cigarro?

Deisy – Tá, né? (levanta-se a contragosto e caminha para um cinzeiro de canto de sala. Uma última tragada e apaga)

Deisy, você entrevistou muita gente já. Como é ser entrevistada?

Deisy – (voltando a sentar-se e dessa vez de maneira normal) Ninguém me entrevistou antes. Você está querendo se propor a isso?! Isso aqui é uma entrevista? Jesus…

Quando me entrevistou não achou tão ruim. Claro que tuas perguntas eram melhores…

Deisy – Qué isso, Liel? Não tem essa bobagem de “perguntas melhores”. E é claro que adorei aquele dia. Você foi um doce em ter ido. Conseguiu resolver seus pepinos? Você tava até a tampa de coisa pra fazer, né? Pelo menos o macchiato do lugar era bom, vai? E o pudim? Hmmm… Eles não servem nada aqui né? E nem pode fumar… Oh céus, oh vida… Bora pra entrevista.

O pudim era genial mesmo. Mas e esse lance de ser personagem? Pega pra você?

Deisy – É foda. Não sei o que esse rapazinho aqui (dá um soquinho no ombro do WW)  tinha na cabeça. Pra deixar bem claro, EU NÃO DEI AUTORIZAÇÃO para ele expor a minha vida desse jeito. Até você (apontando para o Lielson) aparece lá, não é? Acompanhei vocês no facebook. Você falou que ia entrar com um processo e tal. Tô dentro.

Eu tava zoando, cara. Brincadeira, jamais faria isso com o Wagner. Aliás, jamais é meio forte… DIFICILMENTE EU FARIA.

Wagner – Vocês não fariam isso…  (preocupado)

Deisy – Vou pensar no teu caso.

Deisy – Com carinho? (WW estende o braço em volta dela)

Deisy (sorri)  – Claro, né? Com você eu só faço com carinho. (WW beija a testa dela) Agora, voltando a sua pergunta, Lielson. Um pessoal me cruza na rua e sempre pergunta do Lino. Não querem saber como estou, se estou bem, se tenho fechado uns orças ultimamente, sequer se eu fui abduzida… É, é a vida.

Então eu pergunto: como foi ser abduzida?

Deisy – O mundo ainda não está preparado para saber. Mas eu posso lhe contar. (se levanta para sussurrar no ouvido de Lielson. Ele perde o chão.)

Wagner (Extremamente curioso, insiste)  – Ei, eu também quero saber. (ao lado do Lielson catatônico, Deisy observa-o friamente) Ah, qual é, Deisy? Me conta… Diz aí, vai? (esticando a orelha para que ela sussurre também. Anima-se com ela se aproximando. Deisy lentamente se inclina para confidenciar e lambe sua orelha e sai da sala sem mais nem menos) 

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2 respostas para Conversamos com Wagner Willian

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