Roberval Machado
O clima mudou totalmente na cidade. O sábado amanheceu com sol e logo esquentou. O esperado era que o curitibano fosse para os parques ou para a praia já que segunda-feira é feriado municipal. Mas não, parece que foi todo mundo para a Gibicon! O MuMA ficou entupido de gente na parte da tarde, no piso térreo a locomoção era quase impraticável em determinados momentos. Houve vários relatos de pessoas que nem conseguiram se ver durante o evento e nem estamos falando de um local muito grande. Ao final da tarde, a quantidade de pessoas foi diminuindo e a situação melhorou, mesmo assim ainda havia bastante gente circulando.
A ideia dessa edição de ter tudo concentrado num único lugar e de fácil acesso foi ótima pois ajudou as pessoas tomarem conhecimento de tudo que estava acontecendo. Mas para a próxima Gibicon, um local maior vai ser necessário.
As exposições estão divididas em várias salas e muito bem organizadas, trazendo obras significativas de cada artista. Vale a pena separar um tempo somente ver visitar as exposições com calma. Chama a atenção os grandes quadros de Renato Guedes, mostrando outra (e surpreendente) face desse artista mais conhecido por seu trabalho com super-heróis americanos. Outra exposição imperdível é a dos trabalhos do coreano Kim Jung Gi, para entender porque ele virou a sensação da Gibicon mesmo sem ter nenhum trabalho publicado no país e quase ninguém ter ouvido falar dele antes.
Longas filas foram uma constante desse terceiro dia. Filas para entrar nas palestras, filas para pegar autógrafos, filas para pegar senha para as sessões de autógrafos! David Lloyd teve a generosidade de dar três sessões de autógrafos nesse dia e de longe foram as mais disputadas, desde manhã longas filas se formaram do lado de fora do museu para conseguir uma senha.
A Itiban continuou com suas sessões de autógrafos, todas muito concorridas. Filas subindo a escada eram normais. Começou com Bianca Ribeiro e Fernanda Nia, que atraíram um grande número de leitores jovens com suas obras Bear e Como Eu Realmente. Depois teve novas sessões de Davi Calil, Julia Bax e André Ducci que continuaram com um bom público.
Salvador Sanz veio em seguida e dessa vez conseguiu atender um número maior de fãs porque não tinha outro compromisso na sequencia. Só teve que ser mudado para uma mesa fora do stand para continuar autografando depois de vencido o horário dele. Sanz comentou que foi lançado recentemente na Argentina o segundo álbum de Angela Della Morte. Esperamos que seja publicado logo aqui porque o primeiro álbum deixou um ótimo gancho para a continuação da história.
Marcello Quintanilha dividiu sua terceira sessão de autógrafos com Marcelo D´Salete, que estava lançando Cumbe. A obra que retrata o período da escravidão foi o resultado de um profundo trabalho de pesquisa e que demorou três anos para ser concluído. Fugindo dos estereótipos de escravos que estamos acostumados a ver na televisão, a obra mostra o linguajar e simbologia originários da África na história sobre a resistência contra a escravidão. Um dos grandes lançamentos do ano.
Depois teve a sessão com o lançamento de Quadrinhos em Caldas, de Guilherme Caldas. A revista é coletânea de pequenas histórias, algumas já publicadas e outras inéditas, além da versão do autor do cartaz da Gibicon anterior na contracapa. Também lançou um preview de Cidade das Águas, uma história longa que pretende lançar até o fim do ano.
Shiko teve mais uma sessão que distribuía autógrafos, ótimos desenhos e muita simpatia.
E para finalizar o dia, uma mesa tripla com Liber Paz, Lielson Zeni e o jornalista Paulo Ramos. O mais recente livro de Ramos é Tiras Livres – Um Novo Gênero dos Quadrinhos, em que analisa as mudanças de temática e a experimentação nas tiras brasileiras, que tem como principal representante o trabalho dos últimos anos do Laerte.